A população carcerária, dentre os grupos de populações excluídas, encontra-se em pior situação. Para Bauman (2000) a sociedade enxerga as pessoas que são encarceradas como único e principal agente do seu processo de exclusão. Eles são os sobrantes da sociedade, aqueles que não tem espaço no convívio social. Esses sujeitos privados de liberdade, encontram-se excluídos do convívio social e do acesso à liberdade. Enfim, são culpados integralmente por sua situação de encarcerado. As pessoas privadas de liberdade, não possuem acesso restrito somente a ambientes físicos, algumas vezes, possuem também acesso restrito a educação. Pensando nessa dificuldade de acesso à educação nas prisões, acarretada por diversos fatores, essa pesquisa teve como premissa a valorização dos saberes populares, relacionados às ciências da natureza, por meio da educação não formal com público privado de liberdade e de baixa escolaridade. Isso porque, queremos aproximar esse segmento social do conhecimento científico, a fim de que elas possam reconhecer em si mesmas os vários elementos desse tipo de conhecimento por elas adquiridos em toda sua experiência de vida. Escolhemos a população privada de liberdade como público alvo por entendermos que o processo de encarceramento e exclusão alheia esse grupo não só do convívio social, mas muitas vezes, da educação, do lazer e da condição humana. Queremos, com a educação não formal, com a ciência e com os saberes populares, despertar nesse grupo o sentimento de pertencimento, capacidade e reconhecimento de potencial.