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Projetos de Iniciação Científica 

Crianças filhas e filhos da população carcerária: quem são e o que nos têm a dizer?

Eloisa Torrão Modestino (Discente Depart. Educação) -torraoe@gmail.com 

Profa. Dra. Célia Regina Batista Serrão  (Docente Depart Educação) - celia.serrao@unifesp.br 

Este projeto de Iniciação Científica está circunscrito na temática Infância e Sistema Prisional, tem por objetivo geral visibilizar a infância das crianças filhas e filhos da população carcerária por meio do mapeamento de dados estatísticos, bem como da identificação dos elementos que constituem e caracterizam a infância desses sujeitos mediante a escuta de suas percepções. Para tal, propõe-se que seja desenvolvido em três etapas: a primeira constitui-se no levantamento e estudos do referencial teórico da temática Infância e Sistema Prisional. Trata-se da revisão da literatura para produção de aporte teórico-metodológico inicial. O segundo momento será dedicado à pesquisa documental e bibliográfica sobre o tema da pesquisa e análise dos materiais localizados: levantamento, mapeamento e análise dos dados sobre as crianças de 7 a 12 anos, filhas da população carcerária, tendo como fontes as páginas oficiais dos órgãos governamentais, de âmbitos nacional e estaduais, responsáveis pelos dados da população carcerária; o acervo documental da Penitenciária José Parada Neto e as plataformas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Scientific Electronic Library Online (Scielo). A terceira etapa será realizada com a participação das crianças que acompanham seus familiares em dias de visitas na Penitenciária José Parada Neto. Pretende-se observar, acompanhar e escutar as crianças na “Ciranda”, espaço onde serão propostas atividades para que se expressem sobre a prática da visita aos pais privados de liberdade, sobre seu cotidiano em casa e na escola, seus desejos e necessidades. Sob o aporte teórico-metodológico da Sociologia da Infância espera-se que os resultados desta pesquisa possam contribuir para o acesso a uma realidade pouco conhecida. O mapeamento e análise dos dados estatísticos sobre as crianças filhas da população carcerária fornecerá informações sobre esses sujeitos de pouca idade, possibilitando-os sair da total invisibilidade. Poderão contribuir ainda para conhecer e problematizar os impactos do encarceramento na vida das crianças filhas dos reeducandos, por elas próprias, sob suas perspectivas, considerando os significados e sentidos que atribuem à condição de vida a qual estão inseridas, colaborando para a proposição de novas pesquisas e ampliação da produção de conhecimentos acadêmicos na área.

Atividades laborais e profissionalizantes no âmbito das Penitenciárias do Sistema Prisional do Estado de São Paulo: o caso da Região Oeste

Cassiano Bezerra da Costa (Discente Depart. Educação) - cassianocosta753@gmai.com 

Profa. Dra. Claudia Barcelos de Moura Abreu  (Docente Depart Educação) - claudia.abreu@unifesp.br 

O objetivo geral da pesquisa é o de mapear e organizar informações relativas ao campo da Educação e Trabalho no interior das 87 penitenciárias do Sistema Prisional do Estado de São Paulo. Os dados organizados serão direcionados ao Observatório dos Direitos Educativos da População Carcerária, constituído pela Unifesp, a fim de compor um vasto banco de dados sobre políticas e ações destinadas à população carcerária, assim como a produção de novos conhecimentos sobre essa condição. Para essa pesquisa, temos como objetivo específico a investigação de atividades laborais e profissionalizantes planejadas e em execução, no período de 2016 a 2020, em 28 unidades da Região Oeste do Estado de São Paulo (nas cidades de Andradina, Assis, Caiuá, Dracena, Flórida, Florínea, Irapuru, Junqueirópolis, Lavínia, Lucélia, Marabá, Martinópolis, Mirandópolis, Osvaldo Cruz, Pacaembu, Paraguaçu Paulista, Pracinha, Presidente Bernardes, Presidente Prudente, Presidente Venceslau, Riolândia, Tupi Paulista e Valparaíso), sendo que em algumas cidades encontramos mais de uma unidade. As informações serão coletadas por meio de pesquisa documental e bibliográfica. Inicialmente as atividades serão relativas aos apenados em regime fechado. No que diz respeito à categoria trabalho, é importante destacar que em uma concepção que pressupõe seu caráter ontológico e histórico, esperamos analisar os dados coletados das políticas do trabalho e da educação profissionalizante dos presos como expressão dessa dualidade, considerando as concepções postas pelas políticas e as condições objetivas sob as quais as atividades laborais e profissionalizantes se desenvolvem. Ao final da pesquisa, esperamos organizar um quadro que: 1. Delimite as legislações e as políticas federais e estaduais, no caso, do estado de São Paulo; 2. Contextualize as unidades estudadas e o perfil da população carcerária atendida 3. Analise as legislações e políticas no que dizem respeito ao trabalho e cursos profissionalizantes 4. Apresente, de forma sistematizada, as atividades laborais e profissionalizantes que se desenvolveram e estão planejadas para o período de 2016 a 2020, em cada unidade prisional.

A liberdade e as práticas educativas: as pessoas egressas da prisão e a EJA.

Luciano Venancio da Costa (Discente Depart. Educação) - luciano.venancio.costa@gmail.com

Profa. Dra. Mariângela Graciano  (Docente Depart Educação) - mgraciano@unifesp.br m

Este projeto propõe estudar quais são as condições que pessoas que, outrora encarceradas, e matriculadas na Educação de Jovens e Adultos dentro do sistema prisional, ao conquistaram a liberdade antes de concluir a Educação Básica, encontram para a continuidade de seu processo de escolarização. Assume como objetivos específicos i) a identificação da percepção das pessoas egressas do sistema prisional sobre o sentido da escolarização dentro e fora da prisão; ii) sua motivação para procurar, ou não, a escola no espaço externo à prisão; iii) a percepção sobre o impacto do encarceramento em sua trajetória de formação, considerando as práticas de educação formal e não formal acessadas na prisão; e iv) sua percepção em relação às oportunidades de formação dentro e fora da prisão, considerando também o período anterior ao encarceramento. A investigação será realizada por meio de entrevistas compreensivas, analisadas à luz da produção teórico-conceitual referente à Educação de Jovens e Adultos dentro e fora das prisões, histórico e contextualização do sistema prisional brasileiro e normas jurídicas que asseguram o direito universal à educação e os direitos econômicos, sociais e culturais da população carcerária. A afirmação dos direitos educativos das pessoas jovens e adultas que têm sua vida marcada pelo encarceramento e a construção de orientações que contribuam com as políticas educacionais destinadas à consolidação e garantia da qualidade social da modalidade EJA estão entre os resultados esperados. O relatório final do trabalho será disponibilizado na base de dados do Observatório dos Direitos Educativos da População Carcerária, ação de caráter extensionista, homologada pela ProReitoria de Extensão da Unifesp em abril de 2020

Os efeitos da ilustração na construção de sentido do texto literário por pessoas privadas de liberdade

Beatriz Antunes Fonseca (Discente Depart. Educação) - aantunesfonseca@gmail.com

Profa. Dra. Claudia Lemos Vóvio  (Docente Depart Educação) - cl.vovio@unifesp.br

Este trabalho tem a intenção de apresentar a análise exploratória de dados advindos do estudo sobre os efeitos da ilustração na construção de sentido do texto literário por pessoas privadas de liberdade. Essa investigação deu-se no âmbito do Projeto de Extensão Remição Penal pela Leitura: dos direitos educativos ao acesso à leitura” e focalizou as mediações de leitura literária desenvolvidas com um grupo específico, em 2019: pessoas com baixa escolaridade e em processo de alfabetização. Como corpus de análise, utilizamos os registros em diários de campo de mediadores, nos quais descreveram suas experiências na leitura compartilhada de obras literárias. Buscamos indícios, nessas anotações, do papel que a ilustração exerce no estabelecimento da relação entre leitor e texto literário e na construção de sentidos por esses leitores. Os resultados apontam que a leitura de imagens foi um dispositivo essencial para a aproximação do leitor com a obra, possibilitando a interpretação do texto verbal, traçando relações entre as histórias pessoais e as narrativas, construindo assim, uma relação de intimidade, entre leitor e obra.

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