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Ciranda na prisão: o direito à infância das crianças filhas da população carcerária

Coordenação: Profa Dra. Célia Serrão - celia.serrao@unifesp.br 

Inspirado na prática das Cirandas Infantis do Movimento dos Sem Terra – MST, o Projeto de Extensão propõe a construção de um espaço dedicado às crianças que acompanham suas mães, avós e familiares em dias de visitas, ambiente onde possam construir, coletivamente, relações de afeto, acolhimento, conhecimento. Espaço para as crianças exercitarem “sua capacidade de inventar, sentir, decidir, arquitetar, reinventar, se aventurar, agir para superar os desafios das brincadeiras, apropriando-se da realidade e demonstrando, de forma simbólica, os seus desejos, medos, sentimentos, agressividade, suas impressões e opiniões sobre o mundo” (ROSSETTO; SILVA, 2012, p. 28)
A Ciranda das Crianças na Prisão compõe mais uma linha de atuação do Laboratório de Brinquedos e materiais para a Educação Infantil – LABEI/Brinquedoteca, vinculado ao Departamento de Educação da Unifesp. Como toda brinquedoteca universitária, o LABEI visa desenvolver ações articuladas de ensino, pesquisa e extensão. Ao observar crianças brincando, ao planejar ações de brincadeiras e jogos, rodas de histórias e ao desenvolvê-las, os graduandos de Pedagogia e demais licenciaturas têm a oportunidade de compreender qual o papel da brincadeira no desenvolvimento infantil, da mesma forma que têm a possibilidade de conhecer como se dá a construção da cultura lúdica e da cultura infantil.  
A Penitenciária Parada Neto, em Guarulhos, é um espaço urbano e institucional pensado e organizado para adultos, no entanto que recebe crianças com regularidade e frequência, sem que a estas sejam previstas condições para sua presença e permanência. A Ciranda permitirá acolher essas crianças num exercício de buscar compreender a situação e modo de vida desses sujeitos, de pouca idade, filhos e filhas da população carcerária, a partir de suas falas, expressões e manifestações lúdicas e culturais. Busca visibilizar a infância numa realidade que se esforça para não a ver. A Ciranda afirma a presença das crianças numa sociedade adultocêntrica e reivindica a necessidade de um olhar específico a elas, garantindo-lhes o direito ao brincar desinteressado, fluido, desafiador, prazeroso e acima de tudo como espaço de produção da cultura infantil.
A Ciranda na Prisão vincula-se ao Observatório dos direitos da população carcerária ao articular a ampliação aos direitos civis, sociais e culturais historicamente negados à população carcerária e ao buscar contribuir com a superação do preconceito e discriminações, socialmente construídos, em relação à essa população e seus familiares, especialmente seus filhos/as.

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